Eu adoro refinar meu comportamento. É algo que eu faço o tempo todo e que, por isso, penso que todos deveriam fazê-lo. Não é que penso que todos devemos ser bonzinhos para vivermos em um mundo de pôneis cor de rosa. Mas, pelo que vivencio comigo mesmo, sei que podemos ter mais orgulho de nós mesmos e que isso é produtivo para uma vida feliz.
É incrível o processo de aprimoramento. Perceber um padrão de conduta, concluir que ele não é o mais interessante para nós, começar a testar outras possibilidades, ter os seus próprios feedbacks e ajustar até que chegue num ponto bom. Ao passar por isso, sentimo-nos vivos, pois nos sujeitamos à experimentação. E, quando logramos, vivenciamos uma sensação forte de empoderamento. Um outro aspecto que eu acho genial é o fato de poder ser feito a qualquer momento, em qualquer lugar, sendo, assim, possível que o façamos 24 horas por dia, 7 dias por semana.
E esse constante lapidar não é por querermos ser reconhecidos como santos. Trata-se de algo muito mais visceral. Tem a ver com integridade; com a imagem que temos de nós mesmos. Uma boa forma de perceber o fator eixo desse processo é através de situações nas quais não temos ninguém nos observando, em que não haveria nenhum mérito ou punição a não ser o que for advindo de nossa própria percepção sobre nós mesmos.
Imagine que você está em uma situação financeira desfavorável, louco para ter mais uns trocados, passeando por um shopping. Resolve ir ao toalete. Lá, dentro da salinha individual onde se encontra o vaso sanitário, com a porta trancada, você se depara com uma carteira recheada das mais tentadoras notas de dinheiro. Você pode ver uma grande quantidade mesmo sem abri-la. A oportunidade está ali e você será o único cúmplice da sua atitude. Momentos como esse é que trazem à tona a questão da integridade, da dignidade, que deve ser a lâmina de discernimento no que diz respeito à nossa conduta.
De acordo com os nossos atos, há vezes em que, como observadores de nós mesmos, olhamos e somos causa de tristeza para nós mesmos. Às vezes temos vergonha de nossas atitudes. Outras vezes, temos orgulho. Olhamos para nós mesmos e pensamos: que pessoa incrível. Uma vez que estamos o tempo todo fazendo escolhas, podemos nos vangloriar ou nos envergonhar diante delas.
Precisamos ter limites, valores, que nos fazem ser como somos pela satisfação de estarmos alinhados com o que acreditamos ser correto e bom. Claro que a opinião dos outros é útil e deve ser levada em consideração. E, na verdade, essa sempre será uma das melhores fontes de conhecimento sobre onde e como podemos ser seres humanos ainda melhores. Mas, em última instância, quem vai sempre estará convivendo com você, é você mesmo. E esse convívio pode se tornar um tanto mais prazeroso pela simples aplicação de um olhar mais crítico e uma vontade de ser melhor.