Consentir para agir
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Márcia Cordoni

Consentir para agir

É importante assimilarmos a ideia de que não há nada de errado com o mundo. Isso não quer dizer que devemos ser passivos e resignados. Muito pelo contrário: é sinal da maturidade necessária para que possamos atuar com eficácia.
Não há nada nem ninguém querendo nos punir o tempo todo. É muito egocentrismo pensar que o semáforo ficou vermelho só porque estamos atrasados; ou que hoje choveu só porque resolvemos ir à praia. Quando lemos, até parece uma ideia absurda, mas, na prática, muitas vezes nos colocamos nessa carapuça.
Compartilho da ideia de que as coisas podem ser melhores. Até o que está excelente pode ser ainda melhor. Sempre. Mas para que a nossa intenção de aprimorar realmente traga resultados, precisamos, antes de mais nada, aceitar as coisas como elas são. Se não aceitamos, não vemos com clareza. Se não temos pé no chão e imparcialidade na hora de observar o cenário, não temos como agir para extrair o melhor.
Quando as circunstâncias nos são causa de revolta e reclamações, nós criamos uma trava que nos impede de ver a situação com frieza. A nossa leitura fica perturbada pela nossa emocionalidade. Se a chuva que cai no único dia que temos para ir à praia nos deixa chateados, recusamo-nos a aceitar o fato e nos lamentamos, estragando nosso precioso tempo. Por outro lado, se encaramos e admitimos a circunstância, estaremos mais aptos a encontrar outra atividade sem perder o tesão. Ou até mesmo a curtir a praia com chuva.
Querer fazer as coisas melhores sem aceitar como elas estão é como querer corrigir o curso de um navio sem antes consultar a bússola. O desacordo com a realidade gera conflito interno que entorpece e desnorteia.
É como quando queremos nos fazer entendidos. Se partimos da ideia de que não toleramos a forma como o interlocutor pensa, jamais ganharemos a sua compreensão. Agora, se começamos a conversa demonstrando que aceitamos e compreendemos o outro, ele estará muito mais disposto a nos ouvir.
Quando estamos autenticamente receptivos ao que o mundo tem a nos oferecer, as circunstâncias se mostram mais amigáveis e flexíveis ao nosso querer.

 

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