Para falar sobre emoções, temos, necessariamente, que falar sobre o ego.
Quando alguém nos desagrada, a atitude mais primária que temos é querer livrar-nos da pessoa, ao invés de administrar o relacionamento e torna-lo produtivo.
Quando um animal é indomável, a solução primitiva é castrá-lo. Assim fazem os primitivos com o ego. Por não saberem lidar com ele, preferem aniquilá-lo.
No Método DeRose, no entanto, entendemos que o ego é uma ferramenta importante do ser humano. Não queremos acabar com o ego. Ao contrário, nosso trabalho atua no sentido de reforça-lo para poder utilizar sua colossal força de realização.
Sem ego não há criatividade, combatividade, arte ou beleza.
O nosso método quer que você reforce seu ego e sua libido e canalize essa força resultante para fins construtivos.
Então, vamos aprender a converter energias negativas em positivas.
A coluna da esquerda apresenta alguns sentimentos que nossa cultura judaico-cristã deprecia. Contudo, a raiva constrói. A agressividade, educada, conduz à vitória. Dessa forma, se eliminarmos o ego, eliminaremos também os tratores do sucesso: o erotismo, a raiva, o orgulho, a ambição e a agressividade.
Imagine que você é deixado com os olhos totalmente vendados numa esquina da avenida mais movimentada de uma metrópole e é obrigado a atravessá-la, sem tirar a venda dos olhos. Você, provavelmente, ficaria com medo de tomar essa iniciativa e acabar atropelado.
Ao trabalhar com a substituição das energias negativas proposta na tabela acima, verificamos que uma boa ideia para transformar o medo é substitui-lo por precaução. Poderíamos ser precavidos nesta situação ao solicitar a ajuda de alguém para nos atravessar.
Anular o ego seria como castrar um animal de montaria e depois querer cavalga-lo, cabisbaixo e sem libido. Trabalhar o ego equivale a domar e montar um cavalo andaluz inteiro, fogoso, orgulhoso, com sua cabeça erguida e suas passadas viris.
Castrar o ego seria fácil demais. Domá-lo, isso sim, é uma empreitada que requer coragem e muita disciplina.
Sua montaria é o ego.
Você prefere cavalgar um pangaré derrotado ou um elegante garanhão?
Portanto, no lugar de dedicar esforços para destruir, vamos investir em algo construtivo. Cultive seu ego com disciplina e a noção realista de que precisamos dele para a nossa realização pessoal, profissional e evolutiva.
Retirado e editado do livro Origens do Yôga Antigo – DeRose